Caixa d água

A NBR 10156 de 06/2023 – Limpeza e desinfecção de tubulações e reservatórios de sistema de abastecimento de água — Procedimento estabelece os critérios para os procedimentos de limpeza e desinfecção de tubulações e reservatórios de sistemas de abastecimento de água. Esta norma se aplica às tubulações de transporte de água potável (recém-construídas ou que sofreram reparos) e aos reservatórios de armazenamento de água potável (recém-construídos, com lavagens programadas ou que apresentem alteração nas características da qualidade da água).

Na execução dos trabalhos, deve haver plena proteção contra o risco de acidentes com o pessoal envolvido na atividade. Para isso, deve-se cumprir a legislação vigente, referente à segurança, higiene e medicina do trabalho, bem como atender a todas as normas próprias e específicas para a segurança de cada serviço. É imprescindível o uso obrigatório e correto dos equipamentos de proteção individual (EPI) e dos equipamentos de proteção coletiva (EPC) por parte dos funcionários e terceiros, conforme as normas de segurança, higiene e medicina do trabalho.

Devem ser observadas e atendidas todas as condições de higiene, segurança e saúde necessárias à preservação da integridade física de seus empregados e terceiros, ao patrimônio da empresa prestadora de serviços de saneamento e de outrem, e aos materiais e equipamentos da obra e/ou dos serviços, de acordo com as legislações vigentes e normas específicas contidas em seus procedimentos e diretrizes sobre a gestão de segurança e saúde do trabalho. Antes da desinfecção, devem ser tomadas algumas providências, como as seguintes: verificar se o teste de estanqueidade já foi realizado e se a instalação da tubulação foi aprovada; verificar se o trecho a ser desinfetado não possui algum tipo de conexão que possa permitir a retirada de água durante o processo de desinfecção, colocando em risco a saúde pública por consumo de alto teor de cloro, ou por contaminação da tubulação devido à adição de outros líquidos; conhecer o comprimento do trecho da tubulação e seu diâmetro; conhecer o trajeto e a topografia; localizar os pontos de descargas; localizar as válvulas de bloqueio e de interligação; e indicar os pontos mais adequados para a aplicação da solução desinfetante.

Para a limpeza, o trecho deve ser lavado com água potável, com uma vazão que assegure a seção plena e a turbulência suficiente para a remoção de todos os materiais indesejáveis no interior da tubulação. Deve-se atentar para a existência de possíveis bolsões de ar que possam prejudicar o arraste do material.

Durante esse processo de limpeza, os pontos de descarga devem ficar abertos. Caso haja pontos de consumo ligados ao trecho da tubulação que está sendo lavado, esses pontos devem ser isolados durante o processo. Em caso de reparo da tubulação, deve-se verificar ao redor se existe elemento de contaminação.

Para se proceder à desinfecção da tubulação, é necessário que a solução desinfetante fique em contato com toda a superfície a ser desinfetada por um período de tempo mínimo, variável de acordo com a concentração utilizada. Para o preparo da solução desinfetante, inicialmente, deve ser verificada (conforme o Anexo A) a quantidade do desinfetante escolhido, necessário para a obtenção da dosagem desejada.

O desinfetante deve ser dissolvido na água, de modo que se tenha a concentração requerida para o tempo de contato fixado (ver Anexo B). A água deve ser potável, fornecida a uma vazão constante. A aplicação da solução desinfetante deve ser efetuada de forma a assegurar uma vazão que permita a introdução da solução em tempo proporcional à chegada da água no ponto crítico da tubulação.

A aplicação da solução desinfetante, quando possível, pode ser feita a partir do reservatório de distribuição, sendo, em seguida, distribuída à tubulação a ser desinfetada. Durante a aplicação do desinfetante, válvulas, hidrantes e pontas de rede devem ser operados para receberem a solução desinfetante. A aplicação do desinfetante não pode ser interrompida até que toda a tubulação esteja preenchida com a solução desinfetante preparada.

Quando for verificada a chegada da solução desinfetante no ponto crítico da tubulação, fechar as válvulas de interligação e descarga e aguardar o tempo de contato conforme determinado para a concentração utilizada. Após o tempo de contato recomendado, a solução desinfetante deve ser retirada da tubulação por meio da abertura das válvulas de descarga e interligação.

Se o destino desta solução for o despejo direto em um corpo d’água, rio, lago, etc., devem ser adotadas medidas para redução completa do cloro ativo (decloração), a fim de não causar danos ao ambiente aquático (ver Anexo A). Durante a retirada, deve ser monitorada a concentração da solução desinfetante até que o valor esteja de acordo com os padrões de potabilidade da água, conforme a legislação vigente.

Após a retirada de toda a solução desinfetante, a tubulação deve ser colocada em carga e deve ser coletada amostra no ponto de controle de qualidade (preferencialmente no ponto crítico). Para o controle de qualidade, após a finalização e antes de se autorizar o uso da tubulação, devem ser realizados ensaios para a verificação do atendimento aos padrões de potabilidade da água, conforme a legislação vigente.

Se os resultados estiverem de acordo com os padrões de potabilidade da água, a desinfecção pode ser considerada concluída e o trecho da tubulação liberado. Se os resultados não estiverem de acordo com os padrões, devem ser programadas nova descarga e nova coleta, até que se obtenham resultados satisfatórios. Se necessário, deve ser realizada uma nova desinfecção.

Para os reservatórios, antes da desinfecção, devem ser tomadas algumas providências, como as seguintes: conhecer a capacidade, o tipo e o tempo de permanência da água no reservatório; conhecer as condições locais e do sistema; determinar a periodicidade da lavagem com base nas características técnicas e operacionais do sistema e inspeções que avaliem os parâmetros de potabilidade da água; e separar os materiais e equipamentos necessários.

O sistema deve ser limpo conforme as etapas a seguir: avaliar as condições de segurança para limpeza do reservatório e providenciar as ações necessárias para execução dos serviços; programar o fechamento do abastecimento do reservatório com antecedência; fechar a válvula que controla a entrada de água no reservatório; esvaziar o reservatório até o nível suficiente para realizar a limpeza; fechar a válvula que controla a saída de água do reservatório; escovar as paredes e o fundo com água do reservatório ou de fonte externa potável, utilizando os equipamentos que preservem a integridade do revestimento interno.

Pode-se utilizar uma máquina de pressão d’água ou caminhão hidrojato para facilitar a limpeza. Não utilizar detergente, sabões ou qualquer produto químico. Deve-se abrir a válvula de saída de água do reservatório, removendo todos os resíduos após a limpeza,

com enxágues nas paredes e fundo com água potável; efetuar a vistoria na área interna do reservatório, retirando todos os equipamentos utilizados; expurgar a água de limpeza; e fechar a válvula que controla a saída de água. O reservatório deve estar totalmente limpo e drenado após a limpeza, para a posterior desinfecção.

TARGET – A limpeza e a desinfecção das tubulações e reservatórios de abastecimento de água

Disponível em: https://www.normas.com.br/visualizar/artigo-tecnico/4622/a-limpeza-e-a-desinfeccao-das-tubulacoes-e-reservatorios-de-abastecimento-de-agua

Acesso em: 06/07/2023