A Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SIMA) firmou um Protocolo de Intenções com a Associação Ambiental para Coleta, Gestão e Rerrefino do OLUC (AMBIOLUC) para estimular ações regionais, boas práticas e de educação direcionadas às oficinais mecânicas e às indústrias que trabalham com óleos lubrificantes usados ou contaminados.
A parceria foi firmada durante webinar realizado pelo Comitê de Integração de Resíduos Sólidos (CIRS) nesta terça-feira (02). O próximo passo da Associação será desenvolver um plano de trabalho com respaldo da SIMA.
Esses produtos, quando destinados de forma incorreta, são altamente poluentes ao meio ambiente. Para se ter uma ideia, 1 litro de OLUC pode poluir 1 milhão de litros de água.
O secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, enalteceu a iniciativa, que irá reunir temáticas importantes já previstas durante a revisão do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS), como economia circular e logística reversa.
“É uma revolução no que tange ao uso adequado de resíduos sólidos, sem falar na fundamental importância para a melhoria da qualidade do nosso meio ambiente, que não tem divisas. Se estamos cuidando do meio ambiente no estado de São Paulo, esse cuidado se propaga para outros estados do País. Agora temos duas coisas a fazer: trabalhar e acelerar muito”, destacou Penido.
O evento contou com a presença de cerca de 100 pessoas, incluindo a do diretor-executivo da AMBIOLUC, Felipe Fagundes Cândido, que aproveitou para dar detalhes sobre o setor de óleos lubrificantes usados ou contaminados no Brasil. Segundo ele, um grande desafio é evitar que o OLUC vá parar na natureza.
“Dados de antes da pandemia nos mostram que dos 464 milhões de litros de OLUC coletados, 313 milhões de litros foram rerrefinados. Isso significa que, no Brasil, 151 milhões de litros de óleo lubrificante usado não foram devidamente coletados pelo sistema de logística reversa. Esse volume é assustador, pois ou foi coletado ilegalmente ou foi despejado inadequadamente, um prejuízo concreto para toda a sociedade brasileira. Se esse óleo foi queimado, ele poluiu o ar, se foi despejado no solo, poluiu a água”, atentou.
Também participou do evento Alcides Lopes Leão, representando o Departamento de Bioprocessos e Biotecnologia da Universidade Estadual Paulista (UNESP). Em um dos trabalhos realizados pelo grupo em mais de 5 mil oficinas auditadas foi possível traçar uma série de apontamentos sobre o trabalho inadequado dos estabelecimentos e que gera impactos ambientais importantes. “As empresas pecam por falta de capacitação e de limpeza. Por isso, esse trabalho de educação se faz essencial para coibir a ilegalidade dos óleos lubrificantes usados ou contaminados”.
Estiveram presentes ainda no webinar o subsecretário estadual de Infraestrutura, Glaucio Atorre Penna, o coordenador-executivo do CIRS e moderador do webinar, José Valverde Filho, o presidente da AMBIOLUC, Thiago Trecenti, e a vice-presidente, Aylla Kipper.