No dia 22/11, foi lançado, durante evento realizado na Fiesp, o Instituto Rever, associação sem fins lucrativos focada na gestão de resíduos sólidos e de logística reversa em âmbito nacional. A entidade, fruto da parceria da indústria com operadores de resíduos, incluindo associações e cooperativas de catadores que realizam a coleta, a triagem, o beneficiamento e a comercialização de materiais recicláveis, passa a assumir as ações institucionais e operacionais que a Fiesp vinha exercendo desde a concepção do Sistema de Logística Reversa, em 2018. Cinquenta entidades e mais de 2 mil empresas estão associadas ao Instituto. De novembro de 2018 a agosto de 2021, mais de 260 mil toneladas de massa foram certificadas e mais de R$ 16,5 milhões foram investidos no estado de São Paulo.

Com o lançamento do Rever, empresas de todo o país, incluindo São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Amazonas e Rio Grande do Sul (estados já contemplados pelo Instituto), poderão receber assistência e suporte para atingir, de forma competitiva, suas metas de logística reversa.

A Fiesp atua no gerenciamento de resíduos sólidos domiciliares desde as discussões dos Projetos de Lei que resultaram na Política Estadual de Resíduos Sólidos, em 2006, e na Política Nacional (PNRS) e seus respectivos regulamentos, em 2010. Desde então, a entidade vem trabalhando em conjunto com sindicatos e associações na busca por soluções custo-efetivas para o cumprimento das obrigações contidas na PNRS.

Essas ações foram intensificadas a partir de 2015, quando a então Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo publicou a Resolução n. 45/2015, vinculando o cumprimento da meta de recolhimento de 22% das embalagens colocadas no mercado por cada empresa.

“A partir de então, intensificamos parcerias para estruturar uma modelagem que pudesse atender as necessidades e os regramentos no âmbito do estado de São Paulo e firmamos dois termos de cooperação técnica, um com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais e outro com a startup Eu Reciclo, para esboçarmos um projeto-piloto do nosso sistema de logística reversa de embalagens em geral, baseado na emissão dos certificados de reciclagem”, explicou Nelson Pereira dos Reis, diretor titular do Departamento de Desenvolvimento Sustentável (DDS) da Fiesp e do Ciesp.

Em 2018, foi assinado um termo de compromisso com a Secretaria de Meio Ambiente (SMA) e a Cetesb para a implementação do sistema de logística reversa das embalagens no estado de São Paulo, dando a segurança jurídica necessária ao licenciamento ambiental para as empresas associadas à entidade.

No decorrer da operacionalização desse sistema, por forte demanda dos sindicatos e das associações para implementação deste sistema em outros estados, foi verificada a necessidade de criação de uma entidade gestora que tivesse atuação nacional. “Foi então que concebemos o Rever, a primeira entidade gestora de sistemas de logística reversa de embalagens no país, focada no fortalecimento da indústria de reciclagem e no engajamento de todos os elos da cadeia, desde os catadores e as empresas de limpeza urbana até os municípios e as empresas recicladoras”, contou Reis.

A iniciativa é celebrada pelos integrantes do sistema. Para Carlos Silva Filho, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) e da International Solid Waste Association, para que a reciclagem avance no Brasil é fundamental que se discuta o tema.

“Não se trata apenas de cumprir obrigações”, disse Filho. “Há mais de uma década colocamos de maneira enfática que é necessário ter ações concretas para que a reciclagem aconteça de maneira consistente e se torne um setor da economia, promovendo empregos, geração de renda, proteção do meio ambiente e redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE)”, acrescentou.

O Sistema de Logística Reversa criado pela Fiesp e agora amplificado pelo Instituto Rever foi um divisor de águas para empreendedores do setor da cachaça. “Tivemos uma experiência passada com outro sistema que foi muito dolorosa pra gente porque não havia transparência e o poder econômico, a todo momento, se sobrepunha às nossas atividades”, revelou Carlos Lima, representante do Instituto Brasileiro de Cachaça (IBRAC).

Hoje, ele considera gratificante fazer parte do Rever e da nova fase vivida pelo Instituto. “O que mais existe de bonito nesse modelo é a sua natureza agregadora”, disse o empresário. “Tanto uma empresa pequena do setor da cachaça, quanto uma empresa de abrangência nacional, consegue participar deste modelo e atender à política estadual de resíduos sólidos”, sublinhou.

O Secretário de Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, André França, também elogiou o projeto e o seu propósito. “Testemunhamos um momento único, de avanço naquilo que se torna possível a partir do momento que se constrói em conjunto algo desafiador, complexo e dinâmico que, individualmente, para um determinado setor poderia representar uma barreira intransponível, mas, na coesão dos esforços, aquele obstáculo de grande complexidade se torna transponível e mais simples, essa é a beleza da cooperação”, disse França. “O Instituto Rever nasce com a ambição de ir mais longe, já nasce olhando para o Brasil, não apenas para São Paulo, e muito gratifica a nós todos vermos o surgimento de mais uma entidade gestora que vem somar esforços para o alcance dos objetivos das políticas públicas”, destacou.

FIESP – “COM LANÇAMENTO DO INSTITUTO REVER, INDÚSTRIA REAFIRMA SEU COMPROMISSO COM A LOGÍSTICA REVERSA NO BRASIL” – Veja a notícia na íntegra aqui.