A data de formatura da primeira turma de Engenharia Ambiental do Brasil, em 31 de janeiro de 1996, em Palmas – TO, é adotada hoje como o Dia do Engenheiro Ambiental.
A Engenharia Ambiental deu seus primeiros passos a partir da Primeira Conferência Mundial sobre Meio Ambiente em 1972, em Estocolmo, na Suécia. Durante a conferência foi proposto que fossem criadas profissões técnicas voltadas ao estudo e à aplicação de tecnologias para proteger o meio ambiente. Também, a partir de então, surgiu o termo desenvolvimento sustentável.
A ideia de criarem-se profissionais na área de meio ambiente chegou ao Brasil poucos anos depois, porém, em meados dos anos 70 do século XX, as lideranças do Brasil decidiram que a prioridade no país era o saneamento, incentivando-se a ampliação das redes de água e esgotamento sanitário. Por esse motivo, surgiram no final dos anos 70 e inicio dos anos 80 os primeiros cursos de Engenharia Sanitária no Brasil, um em cada região do país, como em Florianópolis, em Santa Catarina, o de Belém, no Pará e o de Cuiabá, no Mato Grosso.
Com o avanço da industrialização mundial e, consequentemente, o maior uso de recursos naturais e da poluição em todos os meios, fez-se necessária a 2ª Conferência Mundial do Meio Ambiente, em 1992. Dessa vez a conferência foi realizada no Rio de Janeiro, no Brasil.
Novamente foi proposto que se criassem no Brasil, cursos voltados a formação de profissionais especializados em Engenharia Ambiental, coisa que já existia em outros países desde os anos 70. Como o momento político era outro e o país estava avançando em saneamento e com deficiência em meio ambiente, foi então autorizada a criação do curso de Engenharia Ambiental no Brasil. As primeiras Universidades a solicitarem a abertura do curso foram a Fundação Universidade do Tocantins (Unitins) e a Universidade Luterana do Brasil no Rio Grande do Sul – ULBRA. Porém, a primeira universidade a ter efetivamente aberto uma turma de Engenharia Ambiental no Brasil foi a Unitins, em Palmas, em 1992.
A partir da Unitins surgiu a Universidade Federal do Tocantins – UFT, que hoje abriga o curso de Engenharia Ambiental criado em 1992. Portanto, já são 22 anos da Engenharia Ambiental no Brasil.
Os primeiros cursos de Engenharia Ambiental no Brasil surgiram a partir do curso de Engenharia Civil e sua grade curricular e seus professores eram muito ligados a tal graduação. Para que o curso fosse reconhecido pelo Ministério da Educação e Cultura – MEC, era necessário ter turmas formadas e outras em andamento. O MEC deu o reconhecimento do curso em 1994, mas somente em 1996 ele foi efetivado, a partir da formatura da primeira turma, em janeiro daquele ano.
Porém, ainda levou algum tempo até o profissional de Engenharia Ambiental ser reconhecido pelo mercado de trabalho e pela sociedade. Somente em setembro de 2000, o Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura – CONFEA, começou a aceitar os registros desses profissionais, reconhecendo profissão através da resolução nº 447/2000.
Foi então, a partir dos anos 2000, que houve um acréscimo muito grande de Universidades e Faculdades oferecendo o curso de Engenharia Ambiental no país e a procura por esse curso, principalmente entre jovens, também cresceu. Hoje, estima-se que mais de 180 cursos de Engenharia Ambiental estejam em atividade no país, o que é muito bom, pois demonstra o interesse que os jovens, e a sociedade como um todo, tem na área de meio ambiente, aliando desenvolvimento tecnológico e conservação ambiental.
O futuro da Engenharia Ambiental no Brasil e no mundo é promissor, mas ainda há muito a ser trilhado. A cada dia surgem novos desafios para esse tipo de profissional, que deve propor soluções viáveis e, em conjunto com outros profissionais de vários ramos, construir uma sociedade mais justa, mais sustentável, mais próspera e, principalmente, mais humana.