Uma nova pesquisa do Boston Consulting Group (BCG) constatou que, para fazer da agenda ESG uma vantagem competitiva, é preciso integrar tecnologia e dados. O estudo, que envolveu 850 companhias, mostrou que as bem-sucedidas em suas transformações digitais têm o dobro de chances de tirar as metas ESG do papel. As mais bem posicionadas na avaliação, segundo o BCG, haviam adotado as seguintes regras:
1- Sustentabilidade e crescimento precisam andar juntos
A fabricante de fertilizantes Yara International, fundada na Noruega em 1905, oferece uma vasta gama de soluções digitais que ajudam os agricultores a aumentar o rendimento e a qualidade de suas colheitas, reduzindo o impacto ambiental. É uma prova de que repensar o core business de olho em alternativas com baixa emissão de carbono pode ser uma estratégia lucrativa.
Para mudanças assim darem certo, sustenta o BCG, elas precisam ser feitas de maneira rápida e envolver todas as áreas. Criar mecanismos de alocação de recursos baseados em desempenho acelera o processo.
2- Não dá para reduzir sistematicamente o que não é mensurado
O estudo mostra que boa parte das empresas está recorrendo a ferramentas digitais para medir a agenda ESG. Para 83% das consultadas, a otimização da cadeia de abastecimento é uma prioridade; 78% querem reduzir o consumo energético; e 73% buscam reduzir o desperdício.
O maior impacto, defende a consultoria, vem da integração de dados internos com os do ecossistema do qual a companhia faz parte – daí a importância da coleta e da análise de dados, que permitem identificar pontos externos que demandam intervenção. Não à toa, o BCG lançou uma solução de inteligência artificial (IA) que permite que as organizações meçam, simulem, reduzam e rastreiem sua pegada ambiental – e colaborem com toda a cadeia.
3- Inteligência artificial acelera transformações
Reduzir a pegada de carbono em geral equivale a tomar decisões difíceis e subverter procedimentos consolidados – as empresas que antes ofereciam serviços presencialmente e agora se restringem ao mundo digital servem de prova. Recorrer à IA é uma forma de dinamizar novos processos.
Em sua pesquisa, o BCG descobriu que uma grande mineradora europeia, cujo nome não foi revelado, inaugurou uma torre de energia ligada a uma plataforma digital controlada por IA que conseguiu diminuir o consumo de energia em cerca de 10%, resultando em uma economia de até 9 milhões de euros por ano.
4- Rastreamento de riscos nunca foi tão importante
A pesquisa constatou que 89% das empresas monitoram riscos críticos, que envolvem fatores externos como mudanças climáticas, e 86% rastreiam ameaças às iniciativas digitais prioritárias – de roubo de dados a invasões de sistemas. O acesso a algoritmos e dados precisos é fundamental para a tomada de decisões. Também faz com que as companhias sejam mais transparentes e socialmente responsáveis. É por isso que a prevenção aos riscos nunca foi tão importante, além das estratégias para mitigá-los com rapidez e eficácia.
5- O acesso a ecossistemas de inovação é fundamental
A maioria das companhias é incapaz de resolver desafios climáticos e ligados à sustentabilidade por conta própria ou na velocidade necessária para gerar impacto suficiente. Daí a importância dos ecossistemas de inovação como os que a Caterpillar e a John Deere criaram no meio agrícola e a Schneider Electric montou para reinventar o setor de geração de energia. Não é necessário tirar do papel um novo ecossistema, recomenda o BCG. Engajar-se com os que já existem pode fazer a diferença.
UM SÓ PLANETA- ESG na prática: 5 regras para aumentar a sustentabilidade com a ajuda da digitalização – Veja a notícia completa aqui