O Brasil registrou 20,797 mil notificações de acidentes de trabalho pela covid-19 em 2020. Isso representa 4,7% do total dos acidentes do ano passado. Foram registrados ainda 51 mil afastamentos em decorrência do novo coronavírus, o que representa 2,2% do total de benefícios previdenciários pagos em 2020.
O procurador do trabalho Luís Fabiano de Assis destacou que a maior parte dos casos registrados de acidentes pelo novo coronavírus foram dos trabalhadores de serviços considerados essenciais, com os técnicos de enfermagem no topo da lista.
Em abril de 2020, o Supremo Tribunal Federal decidiu que a contaminação pelo novo coronavírus pode configurar acidente de trabalho se a infecção ocorrer durante o exercício profissional.
Historicamente, os profissionais do setor hospitalar sempre têm o maior número de registros de acidentes de trabalho. Porém, em 2020, os casos envolvendo essas categorias da área da saúde cresceram 8% em número absolutos, passando de 11 para 15% do total de acidentes de trabalho notificados.
Isso em um ano onde houve uma queda de 30% no total de acidentes de trabalhos, saindo de mais de 639 mil registros em 2019 para 446 mil acidentes notificados em 2020.
O diretor da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, Hermano Albuquerque de Castro, destaca que a queda no total de acidentes é um reflexo das medidas de isolamento:
Outro dado que chamou atenção em 2020 foi o aumento de 30% no total de auxílio doença por depressão, ansiedade, estresse ou outros transtornos mentais e comportamentais, chegando a 289 mil casos de afastamento por problemas de saúde mental no primeiro ano da pandemia.
Esses dados são do Observatório de Segurança e Saúde do Trabalho, organizado pelo Ministério Público do Trabalho em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), e foram atualizados nesta segunda-feira como preparação para o dia 28 de abril, próxima quinta-feira, que marca o dia mundial em memória dos trabalhadores vítimas de acidentes de trabalho e doenças profissionais.