Lá em 1970, o primeiro Dia da Terra levou impressionantes 20 milhões de pessoas às ruas nos Estados Unidos para exigirem ar e água limpos. “Aquele [primeiro Dia da Terra] ainda é o maior evento cívico na história da humanidade em qualquer lugar do mundo”, diz à Vogue Kathleen Rogers, presidente do Dia da Terra. “Ele resultou em leis e regulamentações sobre espécies ameaçadas, ar limpo, água limpa – leis básicas que ainda estão na ativa nos Estados Unidos e no mundo.”
50 anos após aquele evento inaugural do Dia da Terra, lançado por Gaylord Nelson, senador americano e ambientalista, os desafios enfrentados hoje pelo nosso planeta são vários e vastos. Segundo alertou um um impactante relatório do IPCC de 2018, o aumento das temperaturas por causa das crescentes emissões de CO2 pode resultar em danos irreversíveis ao planeta. Calotas de gelo derretendo, desmatamento e a crescente frequência de incêndios florestais, furacões e ciclones são apenas alguns dos problemas com os quais estamos lidando. “o 50º aniversário do Dia da Terra é uma convocação à ação,” comenta Rogers, “é sobre acreditar na ciência e estar preparado para a devastação da mudança climática.”
Desde que a pandemia do novo coronavírus começou, ambientalistas encontraram um compreensível consolo no fato de que emissões de CO2 caíram em países como a China. Mas Rogers diz que, considerando o enorme custo humano do coronavírus, não é hora de “celebrar” o ar e a água mais limpos que vemos como resultado da atual crise.
Em vez disso, Rogers torce para que neste Dia da Terra as pessoas foquem sua atenção em como podemos recuperar nosso planeta, tema do evento neste ano, após a pandemia do novo coronavírus. “Vamos focar em restaurar o planeta, em oposição a mitigar [os danos]”, explica. “Eu acredito que nesta década, independente do quão desanimadora ela tenha começado, uma grande porta se abriu para mudar e salvar o planeta, não só por nós, mas para todas as outras gerações.”