Criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) no ano de 1992, o Dia Internacional da Biodiversidade é celebrado nesta sexta-feira, 22 de maio. A data objetiva conscientizar a população sobre a importância da diversidade biológica e da necessidade da biodiversidade em todos os ecossistemas do planeta Terra.
O Grupo de Estudos de Animais Silvestres da Universidade de Passo Fundo (Geas/UPF) atua nessa área através do trabalho desenvolvido com animais silvestres e envolve o atendimento cirúrgico de espécies, e a promoção de atividades que visam à ampliação da aprendizagem. Dentre as ações realizadas pelos participantes, estão programas de conscientização da fauna brasileira, como forma de aperfeiçoamento e formação de cidadãos mais conscientes do necessário cuidado com o meio ambiente.
Segundo a professora e coordenadora do Geas, Me. Michelli de Ataíde, o grupo age fortemente na reabilitação e conservação da fauna, bem como no atendimento de animais feridos e que necessitam de cuidados humanos, seja no âmbito de pessoas ou no caso de órfãos. “No que se refere à conservação, se reabilitamos e conseguimos devolver à natureza uma determinada espécie em extinção, como, por exemplo, o lobo-guará, a biodiversidade não perdeu aquela espécie”, comenta.
Além disso, os membros do grupo trabalham com assuntos ligados à educação ambiental. “Vamos nas escolas para conversar com as crianças e os professores, dando exemplos de conservação. Ainda atendemos os tutores que acabam encontrando os animais e os levam para o Hospital Veterinário da UPF. Fazemos esta educação com a própria pessoa, tornando-a mais instruída após uma consulta ou uma intervenção. Também desenvolvemos ações de recolhimento de lixo e de conservação do ambiente”, conta Michelli, que espera, por meio das práticas executadas, que a comunidade siga o exemplo e mude suas atitudes no dia-a-dia no que se refere à preservação.
Covid-19 e a biodiversidade
Problema mundial, a pandemia do novo Coronavírus (Covid-19) modificou a rotina de grande parte da sociedade, que atualmente está em quarentena, no isolamento social. Consequentemente, estas medidas de combate à doença ocasionaram uma redução no número de pessoas e de carros nas ruas, o que surtiu efeito no meio ambiente e na biodiversidade como um todo. Conforme Michelli, a situação possibilitou que animais sejam mais vistos, pois eles se sentem mais à vontade já que os seus espaços não estão sendo mais invadidos. “Isso ocorre em todo o mundo. Nesse período de quarentena, o impacto humano no Planeta diminuiu, então as espécies se sentem muito mais confortáveis e menos ameaçadas. Também no meio ambiente, com menos pessoas circulantes, há menos impacto no solo e na água. Um exemplo são as praias, que, por não estarem sendo frequentadas durante o isolamento, acabam ficando mais limpas”, relata a docente.
A professora lembra que com a circulação de menos carros nas estradas há uma diminuição no número de atropelamentos de animais. “Como resultado disso, a fauna é conservada”, complementa.
Ajude a preservar, conservar e consumir
A comunidade pode e deve ser ativa na preservação da biodiversidade. De acordo com Michelli, inúmeras são as ações que as pessoas podem fazer para contribuir, principalmente neste momento em que a maioria se encontra dentro de casa. “Fechar a torneira enquanto escovamos os dentes economiza água, por exemplo. É preciso também economizar energia, estar atento ao consumo de plástico e no uso do carro. Quando se estiver em alguma área de comum acesso, tente deixar o menor impacto possível, e é fundamental não consumir produtos ou comprar animais ilegalmente”, aconselha.
Para a coordenadora do Geas, é necessário trabalhar a conscientização das pessoas quanto a importância da biodiversidade. “Vivemos uma pandemia que, talvez, nos ajude a refletir as ações humanas. A proximidade e o consumo desenfreado de animais silvestres, em que tudo tem que virar alimento ou produto, gera um impacto que provoca consequências inesperadas e até desconhecidas. Na quarentena, podemos refletir sobre as nossas próprias ações. Através da diminuição do impacto do homem na terra, já notamos a biodiversidade mais aflorada e feliz em um ambiente muito mais saudável”, finaliza Michelli.