A sigla ESG vem do inglês Environmental, Social and Governance, que significa Ambiental, Social e Governança. O termo está vinculado aos 17 objetivos de sustentabilidade das Nações Unidas, adotados desde setembro de 2015. A Organização das Nações Unidas espera alcançar esses objetivos mundialmente até 2030, e trabalha focado em ações voltadas para eliminação da pobreza, mudança climática, meio ambiente, paz, justiça e igualdade social.
Podemos encontrar outros termos também muito utilizados como sinônimo para ESG: Responsabilidade Social Corporativa ou Investimento Sustentável. Mas a agenda de ESG transcende o conceito de sustentabilidade, ela é uma forma de gestão completamente integrada e alinhada a todos os stakeholders.
E qual a importância desta sigla para as corporações? Empresas de todos os setores da economia trabalham nos dias de hoje sob a pressão de assumir compromissos com essas agendas e garantir certificações/credenciamentos ESG. Investidores ao redor do mundo tem demandado que as empresas onde eles investem tenham um fluxo de relatórios comprobatórios das ações relacionadas a ESG. Consultorias de investimento atualmente são contra a aprovação das contas das empresas que não incluem um relatório de sustentabilidade ou algo semelhante em seus relatórios e contas anuais, existe um grande risco de mercado em investir em empresas que não mostram progresso no atendimento aos riscos relacionados ao clima.
As práticas ambientais, sociais e de governança corporativa podem ajudar a impulsionar o retorno dos investimentos corporativos em algumas circunstâncias, de acordo com uma análise de pesquisa realizada pela consultoria Mercer (Shedding light on responsible investment: Approaches, returns and impacts, Mercer, 2009).
Mas em que frente o RH pode atuar de forma a suportar as empresas nas demandas de ESG? ESG não funciona apenas para grandes corporações, as pequenas e médias empresas devem trabalhar com mitigação de riscos e garantir uma boa gestão ao optar por práticas de ESG, e assim alavancar um crescimento mais sólido. Para todos os tipos de tamanhos de empresa, as práticas de gestão, o cuidado com os funcionários e com o entorno das empresas está diretamente vinculado aos processos e projetos de Recursos Humanos.
Assim como em outras áreas, o engajamento para práticas ESG nas empresas pela liderança tem papel fundamental na efetividade para os demais empregados e para os resultados. A liderança precisa avaliar três pontos importantes: as práticas ESG serão realizadas por convicção, a empresa realmente acredita no que está adotando? Em seguida é necessário avaliar se essa opção é apenas relevante para a empresa estar alinhada ao mercado, ou seja, por conveniência. E por último avaliar se as práticas serão orientadas com foco apenas no cumprimento de regras de compliance e conformidade.
E como traduzir tudo isto para a cultura organizacional? O trabalho da equipe de Recursos Humanos deve estar orientado inicialmente para sensibilizar a liderança, garantindo uma visão de longo prazo para as ações de ESG, e em como as equipes estarão envolvidas nas práticas e nos impactos socioambientais. As três letras da sigla precisam estar em níveis de importância iguais, numa cultura que permeie toda a empresa. A liderança e as equipes de RH deverão atuar de forma transparente na implementação e no acompanhamento das metas ESG.
Algumas competências profissionais serão fundamentais para o alcance das metas ESG, são elas: visão sistêmica para construção da estratégia da empresa, habilidade para inovação, perfil empático, análise de cenários e riscos e capacidade de antecipação. Sustentabilidade ainda é no Brasil um assunto delicado e controverso na tomada de decisões das empresas, onde a equipe de liderança tem diferentes pensamentos sobre sucesso e conduta socioambiental. O RH terá papel importante para atuar como agente de transformação e disseminação das práticas, desenvolvendo a base e garantindo crescimento sustentável, a fim de colaborar para o ganho de todos os envolvidos, empresas, funcionários e ambiente.