Parceria com a LOW-M busca mitigar impactos climáticos e impulsionar empregos verdes no setor de resíduos

O governo federal anunciou sua adesão à iniciativa “Redução de Resíduos Orgânicos de Metano” (LOW-M, na sigla em inglês), um projeto global que visa reduzir as emissões de metano provenientes do setor de resíduos.

O anúncio foi feito no dia 18 de março, pelo secretário nacional de Meio Ambiente Urbano, Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), durante a reunião anual da Coalizão Clima e Ar Limpo (CCAC), realizada entre os dias 16 e 20 de março, em Brasília (DF). Fortaleza (CE), Rio de Janeiro (RJ) e Belém (PA) também formalizaram adesão à iniciativa.

Meta global e investimentos

Lançada durante a COP28, a LOW-M busca acelerar a implementação do Compromisso Global do Metano, estabelecendo uma redução de um milhão de toneladas métricas de emissões de metano por ano até 2030. A estimativa é que o compromisso exija investimentos públicos e privados de cerca de US$ 10 bilhões, contemplando até 40 cidades em diferentes países.

“A adesão à LOW-M coloca o Brasil na vanguarda da ação climática, promovendo a redução de emissões e a geração de empregos verdes para catadores de materiais recicláveis e agricultores familiares“, afirmou o secretário Adalberto Maluf. Ele destacou ainda que a iniciativa fortalece o compromisso do país com o Acordo de Paris, que visa limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C.

Contexto e compromissos climáticos do Brasil

O Compromisso Global do Metano foi firmado em 2021, na COP26, na Escócia, e estabeleceu a meta de reduzir 30% das emissões de metano até 2030, em relação aos níveis de 2020. Já na COP29, no Azerbaijão, o Brasil aderiu à Declaração para Redução do Metano Proveniente de Resíduos (ROW, na sigla em inglês).

Segundo o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), o setor de resíduos e efluentes é responsável por 15% das emissões totais de metano no Brasil, sendo a segunda maior fonte emissora do país. Nas cidades que aderiram à LOW-M, os resíduos sólidos urbanos representam mais de 30% das emissões de gases de efeito estufa e 90% das emissões de metano.

O metano é um gás de efeito estufa 86 vezes mais potente que o CO₂ em um período de 20 anos, o que torna a sua redução essencial para mitigar o aquecimento global.

A atuação da Coalizão Clima e Ar Limpo (CCAC)

Copresidida pelo Brasil desde 2023 e pelo Reino Unido, a CCAC é liderada pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA) e conta com mais de 200 governos e organizações internacionais. Seu objetivo é reduzir o aquecimento global a curto prazo, promover o desenvolvimento econômico sustentável e fortalecer a segurança alimentar e a saúde pública.

Durante a plenária de abertura da reunião, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, enfatizou a importância da cooperação global na luta contra as mudanças climáticas. “O Brasil está comprometido em liderar pelo exemplo, mas sabemos que apenas com colaboração internacional poderemos enfrentar esse desafio global”, declarou.

A reunião acontece em um momento estratégico, com o Brasil se preparando para sediar a COP30, em novembro, em Belém do Pará.

Fonte: MMA. Governo federal adere à iniciativa internacional para reduzir emissões de metano. Acesso em: 26 de março de 2025.

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