A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou, nesta sexta-feira (12), um documento (clique e veja a cartilha) com respostas para 10 perguntas sobre o uso de máscaras em aeroportos e aviões.
Na quinta (11), a agência havia proibido o uso de alguns tipos de máscara nesses ambientes; a nova regra passa a valer no dia 25.
Veja agora na sequência as perguntas e respostas sobre o tema:
1) Por que as pessoas devem usar máscaras em aeroportos e aeronaves?
Para evitar a transmissão do coronavírus.
“Desde que usadas de forma correta, as máscaras atuam como barreira física ajudando a mitigar a disseminação do novo coronavírus no ambiente, por meio de gotículas expelidas do nariz ou da boca dos viajantes, visando proteger um grupo de pessoas”, diz a Anvisa.
A agência frisa que os interiores de aviões e de veículos usados no deslocamento dentro de aeroportos não são bem ventilados e não permitem um distanciamento seguro. “Por isso, é imprescindível o uso de máscaras de proteção nessas áreas”, afirma.
Locais fechados e mal ventilados trazem maior risco de contaminação pelo coronavírus porque os aerossóis emitidos pelas pessoas ao falar, respirar ou tossir, por exemplo, ficam mais tempo em suspensão, ao invés de evaporarem ou serem dispersados.
Se esses aerossóis estiverem carregando o vírus, outra pessoa, no mesmo ambiente, pode inalar essas partículas e se contaminar. É assim que funciona a transmissão pelo ar – o contágio sem que se tenha contato direto com uma pessoa infectada.
2) Somente o uso da máscara é suficiente para proteção do viajante nos aeroportos ou aeronaves?
Não. Outras medidas preventivas, como higienizar as mãos, manter a etiqueta respiratória e limpar e desinfectar os ambientes, além de manter o distanciamento social quando possível, continuam sendo necessárias.
Além disso, “o uso, armazenamento, limpeza ou descarte adequados das máscaras são essenciais para torná-las o mais eficazes possível”, destaca a Anvisa.
3) Em quais casos o uso da máscara facial não é obrigatório nos aeroportos ou aeronaves?
O uso de máscara está dispensado para:
– Pessoas com transtorno do espectro autista, deficiência intelectual, deficiências sensoriais ou qualquer outra deficiência que as impeça de fazer o uso adequado de máscara de proteção facial, conforme declaração médica;
– crianças com menos de 3 (três) anos de idade.
A Sociedade Brasileira de Pediatria não recomenda o uso de máscaras por crianças com menos de 2 anos.
4) É permitido o uso de protetor facial (face shield) em aeronaves e aeroportos?
Sim – desde que acompanhado da máscara.
“O uso isolado do protetor facial (face shield) não é capaz de atuar como barreira física que impeça a disseminação do novo coronavírus no ambiente, por meio de gotículas expelidas do nariz ou da boca dos viajantes”, alerta a Anvisa.
5) Que tipo de máscara facial deve ser usada em aeronaves e aeroportos?
– Máscaras de uso não profissional (confeccionada artesanal ou industrialmente utilizando tecidos planos, malhas e/ou não tecidos, compostos por fibras naturais, artificiais e/ou sintéticas, com conjunto de alças que a segura e a mantém posicionada cobrindo a boca, o queixo e o nariz);
– Máscaras de uso profissional, como as máscaras cirúrgicas e a N95/PFF2, desde que não tenham válvula.
6) Quais tipos de “máscaras” são proibidas em aeroportos e aeronaves?
– Máscaras de acrílico ou de plástico;
– Máscaras com válvula, mesmo que sejam as N95/PFF2;
– Lenços, bandanas de pano ou qualquer outro material que não seja caracterizado como máscara de proteção de uso profissional ou de uso não profissional;
– Protetores faciais (face shields) usados sem máscara por baixo;
– Máscaras de proteção de uso não profissional confeccionadas com apenas uma camada ou que não observem os requisitos mínimos previstos nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) de número PR 1002. Entre os exemplos estão máscaras de apenas uma camada, de paetê ou de tricô ou crochê.
Um estudo publicado na revista científica ‘Science’ no ano passado mediu o quanto máscaras de vários tipos conseguiam impedir que as gotículas expelidas por uma pessoa ao falar se espalhassem pelo ambiente. A PFF2 – sem válvula – foi a que melhor cumpriu esse objetivo.
7) Quais tipos de tecidos são recomendados para a confecção de máscaras de proteção de uso não profissional?
Tecidos planos, malhas e/ou não tecidos, compostos por fibras naturais, artificiais e/ou sintéticas.
De acordo com o documento da Anvisa que dita as normas para a confecção de máscaras não profissionais, devem ser evitados os tecidos que possam irritar a pele, como poliéster puro e outros sintéticos, o que faz a recomendação recair preferencialmente por tecidos que tenham algodão na sua composição. Veja exemplos:
– 100% Algodão: características finais quanto à gramatura:
1. 90 a 110: (como o usado, comumente, para fazer lençóis de meia malha 100% algodão);
2. 120 a 130 (como o usado para fazer forro para lingerie);
3. 160 a 210 (como o usado para fabricação de camisetas).
b. Misturas – composição:
– 90% algodão com 10% elastano;
– 92% algodão com 8% elastano;
– 96% algodão com 4% elastano.
Também pode ser usado Tecido Não Tecido (TNT) sintético, desde que o fabricante garanta que o tecido não causa alergia, e seja adequado para uso humano. A gramatura recomendada, neste caso, é de 20 a 40g/m². É recomendável que o produto tenha 3 camadas: uma camada de tecido não impermeável na parte frontal, tecido respirável no meio e um tecido de algodão na parte em contato com a superfície do rosto.
8) Como usar a máscara de proteção de uso não profissional?
A máscara tem que estar bem ajustada ao rosto, cobrindo o nariz, boca e queixo e minimizando espaços que permitam a entrada ou saída do ar e de gotículas respiratórias.
Veja as instruções da Anvisa:
– Antes de colocar a máscara no rosto, higienize as mãos com água e sabão ou com álcool 70%. Use somente máscara limpa, seca e sem rupturas.
– Ajuste a máscara para cobrir boca, nariz e queixo, sem deixar espaços nas laterais. Não cruze as alças, pois isso pode causar fendas nas laterais do rosto.
– Troque sua máscara se ela estiver suja ou molhada, mesmo que isso ocorra em tempo inferior a 3 horas da última troca.
– Não compartilhe a sua máscara, ainda que esteja limpa e higienizada.
– Evite tocar a máscara enquanto a usa. Se tocá-la, higienize as mãos. imediatamente.
– Retire a máscara segurando-a pelas alças, sem tocar na parte frontal.
– Limpe as mãos após remover a máscara.
– Não puxe a máscara até o queixo ou testa nem tire ao falar com outras pessoas.
O uso da máscara não profissional deve ser limitado ao período máximo de 3 horas, alerta a Anvisa. “Portanto, é importante que o usuário leve consigo máscaras sobressalentes, caso sua permanência em aeronaves e demais áreas dos aeroportos ultrapasse esse período”, diz a agência.
9) É permitido retirar a máscara dentro da aeronave?
Apenas nas seguintes situações:
– Beber água;
– Comer, desde que o passageiro seja idoso, criança com menos de 12 anos ou que tenha alguma doença que requeira dieta especial.
Segundo a Anvisa, a suspensão de serviço de bordo em vigor é específica para voos domésticos. Em caso de voos internacionais, a retirada da máscara para alimentação do público em geral permanece permitida.
10) É permitido retirar a máscara nos terminais aeroportuários?
Apenas nas seguintes situações:
– nas praças de alimentação ou áreas destinadas exclusivamente à realização de refeições. Nesses locais, a retirada da máscara só pode ser feita para beber ou comer;
– em outros locais, a máscara pode ser retirada apenas por idosos, crianças com menos de 12 anos ou pessoas que tenham alguma doença que requeira dieta especial. Nesses casos, deverá ser respeitado o distanciamento mínimo de 1 metro entre as pessoas.