Monitoramento americano aponta progresso, mas alerta que região da Antártida ainda mantém dados preocupantes e evolui mais lentamente

A agência americana NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), que monitora oceanos e o clima, anunciou esta semana que a concentração de gases nocivos à camada de ozônio passou um “marco importante” ao ser reduzida a 50% do nível registrado em 1980, quando começou-se a notar os danos gerados pela atividade humana à esta importante parte da atmosfera do planeta.

O ozônio concentra-se em maior volume na estratosfera, e impede a incidência de raios ultravioleta da luz solar sobre seres vivos e ecossistemas da Terra, regulando temperaturas e ambientes. Os chamados buracos na camada de ozônio são regiões onde o gás é diminuído, notadamente sobre a Antártida, mas também em outras regiões.

“Em contraste com as latitudes médias, o progresso em direção à recuperação da camada de ozônio sobre a Antártida não foi tão rápido”, afirmam os cientistas, apontando que, mantendo-se o ritmo atual, a recuperação da camada de ozônio no continente deve ocorrer “por volta de 2070”.

“É ótimo ver esse progresso”, afirma Stephen Montzka, cientista sênior do Laboratório de Monitoramento Global da NOAA. “Ao mesmo tempo, é um pouco humilhante perceber que a ciência ainda está longe de poder afirmar que a questão da destruição da camada de ozônio ficou para trás.”

Em 1987, o Protocolo de Montreal foi assinado para tentar conter a quantidade de substâncias químicas nocivas ao ozônio na atmosfera, os chamados gases CFC (clorofluorcarbonetos), relata o portal Euronews Green.

Anteriormente encontrados em geladeiras, condicionadores de ar, spray de cabelo e produtos de limpeza industrial, esses produtos químicos começaram a ser eliminados para proteger a camada de ozônio. Acordado por todas as 197 partes, este foi um dos primeiros tratados universalmente ratificados na história das Nações Unidas.

Pesquisas diferentes vêm apontando novas interrogações sobre o conhecimento do ozônio na atmosfera. Usando metodologias diferentes, um grupo do Canadá chama atenção para o “buraco tropical” na camada, que teria profundidade comparável ao fenômeno da Antártida.

Já um estudo publicado no periódico Nature Climate Change mostra impactos sobre os oceanos, apontando que cerca de um terço do aquecimento observado nas águas da Antártida na segunda metade do século 20 pode ser resultado da concentração de ozônio em diferentes camadas atmosféricas.

UM SÓ PLANETA – Nível de gases nocivos à camada de ozônio caiu pela metade na atmosfera

Disponível em: https://umsoplaneta.globo.com/clima/noticia/2022/09/25/nivel-de-gases-nocivos-a-camada-de-ozonio-caiu-pela-metade-na-atmosfera.ghtml

Acesso em 26/09/2022.