O governador do Pará, Helder Barballho, revelou que com o colapso do sistema de saúde já há registro de aproximadamente 50 mortes em domicílio nos últimos dez dias no Pará. A informação foi divulgada na manhã deste domingo (3), em entrevista à GloboNews. Barbalho disse ainda que vai avaliar a taxa de isolamento do estado até terça-feira (5) para decidir se decreta ou não lockdown (bloqueio total).

“Não tem justificativa para que as coisas não sejam mais rápidas. Eu tenho cobrado da minha equipe. O fato é que há 10 dias, a gente tinha uma média de cinco óbitos em domicílio. E nesse momento estamos chegando a 50 óbitos em domicílio. Estamos buscando desburocratizar essa processo, dialogando com a prefeitura de Belém, dialogando com os médicos, com a equipe legista, para que seja mais rápido”, disse sobre a liberação de corpos pelo Serviço de Verificação de Óbito da Sespa.

Na última sexta-feira (1º), Helder já havia dito que poderia adotar medidas mais drásticas, como utilizar a força do Estado, para garantir o isolamento social. Ele se pronunciou em um vídeo nas redes sociais, após um aumento de 160% nas mortes por Covid-19 em uma semana no Pará.

No Brasil, apenas o governo do estado do Maranhão decidiu adotar o lockdown, após determinação judicial. O governador do Pará não explicou como a medida deve funcionar no Pará, mas disse que o plano para execução está pronto.

De 24 a 30 de abril, a capital paraense pulou de 51 para 138 óbitos. A prefeitura da cidade, que é epicentro da pandemia no estado, determinou o fechamento do comércio não essencial apenas desde a última segunda-feira (27).

Na capital paraense, unidades básicas de saúde estão superlotadas desde 14 de abril. E, em 20 de abril, esgotaram-se os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na rede municipal.

A administração municipal afirma que 20 leitos serão disponibilizados com abertura da Unidade de Pronto Atendimento do Jurunas até a próxima semana, e que designou seis leitos do hospital D.Zico para internação de pacientes.

Já o governo passou a designar funcionamento de pronto-socorro para hospitais públicos, como o Abelardo Santos e Galileu, para atenderem pacientes suspeitos de Covid-19.

Como as UPAs estão lotadas, a prefeitura começou a instalar tendas externas para fazer triagem de pacientes. Enquanto isso, a população se aglomera em farmácias para comprar medicamentos usados para combater os sintomas da Covid-19, mesmo sem confirmação de eficácia pelos órgãos de saúde.

A Policlínica Metropolitana, da rede estadual, passou a atender pessoas com sintomas leves, sem falta de ar intensa, com consultas e exames de sangue e tomografia. A unidade registrou aglomerações logo no primeiro dia de atendimento.

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