Publicação e Vigência

O Governo do Paraná, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), publicou a Resolução Sedest 02/2025 no Diário Oficial de segunda-feira (20), tornando os padrões de qualidade do ar do estado mais rigorosos e alinhados às diretrizes do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).

A nova resolução reduz os limites máximos permitidos para a concentração de alguns poluentes na atmosfera, incluindo:

  • Material particulado (MP2,5 e MP10): limite de 150 µg/m³ para 100 µg/m³ (média de 24 horas).
  • Dióxido de enxofre (SO₂): de 365 µg/m³ para 50 µg/m³ (média de 24 horas).
  • Dióxido de nitrogênio (NO₂): de 320 µg/m³ para 240 µg/m³ (média por hora).

As novas diretrizes substituem os critérios da Resolução SEMA 16/2014 e agora seguem os parâmetros estabelecidos pela Resolução CONAMA 506/2024.

Impacto nas Licenças Ambientais

Segundo Ivonete Coelho da Silva Chaves, gerente de licenciamento do Instituto Água e Terra (IAT), os novos padrões serão referência para monitoramento da qualidade do ar e emissão de licenças ambientais no Paraná.

  • Antes, o estado seguia critérios próprios, distintos dos parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS).
  • Com a nova resolução, o Paraná unifica seus padrões aos critérios nacionais, tornando os limites mais restritivos.
  • As mudanças consideram as alterações na qualidade do ar agravadas pelas mudanças climáticas.

Além dos padrões de qualidade do ar, a resolução reorganiza os limites de emissão de poluentes atmosféricos por fontes fixas, como indústrias. O novo formato, em tabelas, facilita a consulta e o entendimento das exigências para cada tipo de empreendimento.

Automonitoramento e Declaração de Emissões

A resolução também define regras para o automonitoramento, exigindo que os responsáveis por empreendimentos realizem medições periódicas das emissões atmosféricas.

  • Os resultados devem ser enviados ao IAT por meio do Sistema de Declaração de Emissões Atmosféricas (DEA).
  • Caso as emissões estejam fora dos padrões, as licenças ambientais não serão renovadas.

Monitoramento da Qualidade do Ar no Brasil

Qualquer pessoa pode acompanhar a qualidade do ar no país por meio da plataforma MonitorAr, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

  • O sistema é atualizado em tempo real e permite consulta por estado, cidade ou proximidade geográfica.
  • Atualmente, 168 estações de monitoramento ativas no Brasil enviam dados para a plataforma.

Impactos na Saúde e no Meio Ambiente

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição do ar está diretamente relacionada ao aumento de doenças respiratórias e cardiovasculares, afetando principalmente:

  • Crianças e idosos
  • Pessoas imunossuprimidas
  • Portadores de doenças respiratórias preexistentes

Além dos impactos à saúde, a poluição atmosférica gera custos elevados para o sistema público de saúde com internações e medicamentos, além de prejuízos estruturais devido à chuva ácida.

Reforço na Gestão da Qualidade do Ar

O Ministério do Meio Ambiente destaca que a gestão da qualidade do ar deve garantir que o desenvolvimento socioeconômico ocorra de forma sustentável. Para isso, são necessárias ações preventivas, incluindo:

  • Redução das emissões de poluentes
  • Monitoramento contínuo da qualidade do ar
  • Medidas de mitigação dos efeitos da poluição atmosférica

Com as novas regras, o Paraná busca minimizar os impactos ambientais e proteger a saúde da população, promovendo um ambiente mais sustentável e seguro.

Fonte: Secretaria do Desenvolvimento Sustentável. Paraná adota padrões mais criteriosos para monitoramento da qualidade do ar. Acesso em: 05 de fevereiro de 2025.

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