Nesta quarta-feira (28), O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em parceria com empresas e a sociedade civil, lançaram a iniciativa “Um Milhão de Oportunidades”.
A ação é voltada para adolescentes e jovens de 14 a 24 anos, em especial os que estão em situação de vulnerabilidade, como negros e pardos, indígenas, moradores de periferias urbanas e áreas rurais e pessoas com deficiência, e visa gerar, nos próximos dois anos, um milhão de oportunidades em quatro pilares:
- acesso à educação de qualidade;
- inclusão digital e conectividade;
- fomento ao empreendedorismo e protagonismo de adolescentes e jovens;
- acesso ao mundo do trabalho em oportunidades de estágio, aprendiz e emprego formal.
A iniciativa acontecerá por meio de uma plataforma digital e vai auxiliar esse público a buscar informações, por região, sobre oportunidades e formação para o mercado de trabalho.
Essas informações sobre as oportunidades poderão ser acessadas no site e no aplicativo, que terão um monitoramento sobre o preenchimento efetivo de cada oportunidade pelas empresas participantes por meio de um acordo de adesão.
“ Devemos cuidar, incentivar e apoiar o ensino de todos os jovens, principalmente os que se encontram em situação de vulnerabilidade, pois neles creditamos a esperança de um Brasil mais justo e igualitário. Temos que trabalhar para garantir mais oportunidades para todos”, disse Juliana Azevedo, executivo da P&G Brasil.
Adolescentes e jovens
Segundo a Unicef, hoje, o Brasil conta com a maior geração de adolescentes e jovens da história, com 48 milhõe de pessoas entre 10 e 24 anos. Um a cada quatro adolescentes e jovens não estuda e nem trabalha. Dentro desse índice, o ensino médio é a etapa que conta com o maior número de evasão. Em 2018, mais de 458 mil adolescentes deixaram a escola.
“Diante da pandemia da covid-19, esses números podem aumentar ainda mais. É essencial investir agora nos adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade, criando oportunidades para que se mantenham aprendendo e consigam ingressar no mundo de trabalho. Só assim será possível quebrar o ciclo de pobreza que afeta tantas famílias”, explicou Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil.
Ainda na avaliação dos especialistas, a velocidade dos avanços tecnológicos pode aumentar ainda mais as desigualdades no Brasil, excluindo adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade e sem formação profissional.
“Um dos efeitos da crise é que o futuro do trabalho está chegando com uma rapidez maior do que antecipado. Isso oferece riscos e oportunidades para a inserção no mercado de trabalho formal de jovens que estão se formando e começando a trajetória profissional, em especial para aqueles em situação de vulnerabilidade. Como a procura das empresas por novas competências e qualificações vai crescer, é preciso preparar a juventude para esse cenário com ações inovadoras”, disse Martin Hahn, diretor do escritório da OIT no Brasil.