Substâncias avaliadas estão ligadas a uma série de doenças, como câncer, problemas hepáticos, na tireoide e nos rins, além de defeitos congênitos e diminuição da imunidade

Um grupo de substâncias químicas anteriormente aceitas em embalagens de alimentos podem representar perigo para a saúde, aponta um estudo realizado por pesquisadores do Canadá, dos Estados Unidos e da Suíça. Os produtos avaliados podem se decompor e passar da embalagem para a comida ou a bebida. O estudo analisou 42 embalagens de restaurantes populares de fast-food que servem hambúrgueres, burritos, saladas, batatas fritas, rosquinhas e outros alimentos comuns, e encontrou esses químicos perigosos em cerca de metade.

As substâncias em questão são os fluorotelômeros, pertencentes ao grupo PFAS (substâncias perfluoroalquiladas). PFAS são uma classe de cerca de 14 mil compostos químicos frequentemente usados para fabricar produtos resistentes a água, manchas e calor. São chamados de “produtos químicos eternos” porque não se decompõem naturalmente. Permanecem na natureza, vão parar na água, em plantas e animais, e estão ligados a uma série de doenças e condições, como câncer, problemas hepáticos, na tireoide e nos rins, defeitos congênitos e diminuição da imunidade.

Essas substâncias foram adicionadas intencionalmente a embalagens de alimentos por décadas para conferir repelência a gordura e água. Em 2020, com discussões já avançadas sobre o perigo das PFAS em geral, descobriu-se que fabricantes haviam ocultado evidências da toxicidade de um fluorotelômero (6:2 FTOH). A FDA (agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos) chegou a um acordo com produtores de embalagens para a eliminação progressiva desse produto, ao longo de cinco anos (a Dinamarca foi a pioneira nesse movimento e, em 2019, vetou o uso dos PFAS a partir de 2020).

UM SÓ PLANETA – Produtos químicos “eternos” usados em embalagens podem passar para os alimentos, indica estudo

Disponível em: https://umsoplaneta.globo.com/energia/noticia/2023/04/17/produtos-quimicos-eternos-usados-em-embalagens-podem-passar-para-os-alimentos-indica-estudo.ghtml

Acesso em: 18/04/2023