Um estudo histórico divulgado pela Divisão de Atendimento a Emergências Ambientais (DEAMB) da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM) apontou quais locais registraram o maior número de acidentes e as ocorrências mais frequentes. O primeiro Mapeamento Estadual de Acidentes no transporte com Produtos Perigosos traz uma análise dos atendimentos dos últimos 25 anos em todo Rio Grande do Sul.
Conhecendo os pontos que oferecem mais risco, os dados poderão ser utilizados para embasar projetos de melhorias em vias públicas e empresas. De acordo com a análise, 45% dos acidentes ocorreram na Região Metropolitana, totalizando 334 ocorrências. As cidades localizadas na região Sudoeste do Estado são as que apresentam menor índice de acidentes, com menos de 5% dos casos.
Em relação às rodovias, a BR 290 detém 32% do total de acidentes registrados no período. O trecho com o maior número de ocorrências é entre Osório e Porto Alegre. Depois vem a BR 386, com 19%, e a BR 116, com 15%. Nas rodovias estaduais, a ERS 122, que inicia em São Sebastião do Caí e termina nas proximidades de Vacaria, totaliza 25% dos acidentes.
Conforme o responsável pelo DEAMB, Rafael dos Santos Rodrigues, o estudo servirá como um documento guia para todos os segmentos da sociedade. “A principal função do nosso setor é coordenar as ações em um momento de risco ou acidente, integrando todas as entidades competentes. O mapeamento será de grande importância nesse trabalho conjunto”, ressalta.
O relatório é resultado de um trabalho integrado entre a Deamb e a Divisão de Planejamento (Diplan) do Departamento de Qualidade Ambiental (DQA) que, por meio da sua equipe de geoprocessamento, reuniu dados obtidos durante os atendimentos da equipe da Emergência durante os anos de 1994 e 2019. O estudo atende ao Decreto 54.369/2018, que institui o Sistema de Previsão, Prevenção, Alerta e Combate aos incidentes e acidentes hidrológicos e ecológicos.
Para a presidente, Marjorie Kauffmann, o relatório agrega ainda mais nas ações e estratégias traçadas pela equipe. “O olhar sobre este conjunto de resultados será norteador para as ações do setor. Uma gestão eficiente precisa analisar os dados para pode medir sua eficácia e também determinar os passos futuros”, ressalta.
A Emergência da FEPAM trabalha 24h em regime de plantão com uma equipe de nove profissionais, sendo eles biólogos e engenheiros, atendendo todos os municípios do Estado respeitando o tipo de acidente, produto ou decorrência, sendo eles: acidentes com o transporte de produtos perigosos, vazamento de óleo combustível de veículos, vazamento de produtos químicos, mortandade de peixes, denúncia de produtos radioativos, disposição inadequada de resíduos, poluição dos recursos hídricos, entre outros.
De 2004 a 2019, a FEPAM atendeu 1.172 emergências ambientais, uma média de 73 atendimentos por ano. Somente em 2019, foram atendidas 96 emergências ambientais de todas as classificações, 32 delas relacionadas com o transporte de produtos ou resíduos perigosos, chegando a um percentual de 48% do total.